Ocultação dos escândalos Globo e PSDB-Siemens foi longe demais
Ao que tudo indica, o acobertamento pela grande mídia de escândalos “amigos” pode ter ultrapassado aquela barreira que, seja quem for que ultrapasse, obriga as instituições corrompidas deste país a ao menos darem uma satisfação à sociedade.
Como se sabe, escândalos políticos como o que envolve a compra de trens de metrô da alemã Siemens pelos governadores Mario Covas, Geraldo Alckmin e José Serra – escândalo cujos indícios surgiram há anos no caso Alstom, que não foi investigado corretamente no Brasil – nunca dão em nada se a grande imprensa não se interessa por eles.
O escândalo PSDB-SP/Siemens, por exemplo, é muito mais grave do que o do mensalão do PT, pois quem se corrompeu ao longo de duas décadas de governos tucanos em São Paulo não o fez com o fim “institucional” de comprar apoio político, mas para auferir enriquecimento pessoal.
E a soma envolvida é muito maior – 400 milhões de reais.
Apesar disso, os veículos que lideraram uma das maiores coberturas jornalísticas da história mundial sobre um escândalo político – cobertura que rivaliza com a do escândalo norte-americano Watergate -, a do escândalo do mensalão, até o momento se recusam a noticiar um caso que pode – apenas pode – sair do controle dos moralistas de Globos, Folhas, Vejas e Estadões.
Até o momento, entre os grandes grupos de mídia supracitados – os únicos que conseguem fazer escândalos “andar” – não se disse praticamente nada. Nenhum colunista indignado, nenhum editorial demolidor e insultante aos envolvidos.
O tom dos poucos, ou melhor, dos raríssimos textos nessa mídia – na falta de uma só matéria na Globo – sobre escândalo dessa monta envolvendo o sacrossanto PSDB paulista, chega a ser compungido.
Um colunista da Veja tocou no assunto. O tom do texto contrasta escandalosamente com os que a mesma figura escrevia sobre o mensalão do PT. Veja, abaixo, post do colunista da revista Veja Ricardo Setti.
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