Uma confusão de trânsito aconteceu na noite desta segunda-feira (6), em Santarém, oeste do Pará, envolvendo um policial militar e um homem de 59 anos. O fato ocorreu no cruzamento das avenidas Cuiabá e Mendonça Furtado, no bairro Caranazal e chamou a atenção de muitas pessoas, que se revoltaram ao ver a cena.
O policial militar, Bruno Pinheiro Malcher, estava em uma motocicleta. O outro condutor envolvido foi Rosivaldo Alves de Sousa, de 59 anos, que dirigia uma Kombi.
De acordo com algumas testemunhas, a Kombi teria batido na motocicleta do policial enquanto estava parada, o que fez com que o militar fosse tirar satisfações.
“Disseram que ele [policial] desceu da moto e estava engasgando o senhor”, conta a universitária Jeniffer Miranda.
“A gente foi acionado porque havia um cidadão com um terçado e outro com arma de fogo. Viemos aqui para checar a situação. Cheguei aqui, e era um policial militar e outro cidadão que, por sua vez, está embriagado, passou no local onde a moto do policial estava estacionada, bateu na moto do militar. Ele veio atrás dele, parou para abordá-lo. No momento em que o homem foi abordado, as pessoas imaginavam que fosse assalto”, informou o subtenente Abreu, da Policia Militar. “O militar falou que, no momento em que parou na frente da Kombi para abordar o cidadão para verificar a razão pela qual teria batido na moto, ele [motorista] já saiu com um terçado na mão, motivo pelo qual sacou a arma”, completou.
Porém, as pessoas que estavam no local e que afirmaram ter presenciado o fato estavam revoltadas e tinham uma versão diferente, questionando a abordagem policial. “O homem não puxou a arma para ele [policial]. Ele puxou a arma e agrediu. O soldado a paisana puxou a arma e agrediu o home dentro do carro”, afirma uma testemunha.
“Saímos do supermercado e ele já vinha xingando a gente, eu e um taxista, porque a gente estava conversando. Mentira. Quando chegou próximo ao sinal, ele meteu a moto na frente da Kombi, tirou o senhor idoso de lá de dentro. Tudo bem que ele é policial e o homem pode até estar errado, mas ele não tinha o direito de fazer o que ele fez. Se houvesse outra pessoa armada tinha dado um tiro nele porque ele estava com a arma engatilhada no pescoço dele. Ele é policial ou mercenário?”, questionou um homem que diz ter visto o ocorrido.
“Ele não se identificou como policial, ele foi logo agredindo o velho, metendo o 38 [arma de fogo]. Ele teve sorte de não chegar uma pessoa, tirar o revolver e fazer uma arte com ele. Ele humilhou, jogou no chão, puxou pelos cabelos”, relatou outra testemunha, que não quis ser identificada.
“Independente disso, ele não podia empunhar a arma no meio de todo mundo aqui, com todo mundo presenciando, ele ameaçou o senhor e nos sentimos ameaçado também porque não podíamos nem chegar perto para defender o senhor, nem tomar outra atitude porque ele estava armado e se dizia policial”, reclamou mais uma testemunha que não quis revelar o nome.
Na delegacia, o policial envolvido se defendeu. “Minha moto estava parada no acostamento, íamos saindo, visualizei esse cidadão a uns cinco metros e puxei minha esposa da beira da rua, ele veio, fez o zig zag e bateu na minha moto parada e quase bate minha enteada na calçada. Levantei a moto e fui atrás dele. Ele fazia zig zag. Para evitar um mal maior, quando ele chegou no sinal da Cuiabá com a Mendonça, parei minha moto na frente do carro dele e pedi para ele descer do carro, me identifiquei como policial militar. Ele nem atentou porque está tão embriagado. Pedi a segunda vez para ele sair do carro, ele falou que não ia sair. Eu desci da moto, abri a porta do carro e pedi para ele descer do carro novamente. Ele puxou o terçado para me agredir. Tive que imobilizá-lo, e chegou a guarnição”, afirma o soldado Bruno Pinheiro Malcher, da Polícia Militar.
Quando questionado sobre a revolta que a situação causou na população, o militar afirmou que as pessoas não viram o inicio dos fatos. “Eles não viram nem o que aconteceu. É impressionante quando envolve policial militar aqui na cidade, vão sempre contra a gente”, lamenta o policial.
Apesar de várias pessoas terem afirmado que o motorista envolvido, foi agredido pelo policial, na delegacia ele deu declarações confusas para isso. “Eu não sei te responder. Quando vi, a situação já estava nesse quadro. O policial, já pondo para cima. Eu não tenho nada a falar”, afirmou o motorista da Kombi, Rosivaldo Alves de Sousa, de 59 anos, que não soube nem dizer se realmente bateu na moto do policial. “Que eu percebesse, não. Ele me abordou, eu cheguei e encostei, aí ele começou a agredir. Se eu bati, eu vou arcar [com os prejuízos]. Não, ele não me agrediu. Se houve agressão pessoal, mas ele não me triscou o dedo. Ele estava com a arma em punho, somente isto, mas não me bateu.
Questionado sobre o terçado, ele falou que sempre leva consigo a ferramenta. “A gente que viaja para a estrada, precisa para cortar árvore, desmatar o caminho, mas não que eu puxasse o terçado para agredir ele”, explicou o motorista.
Ele fez o teste do bafômetro e o resultado comprovou que ele estava embriagado. Ele foi autuado em flagrante por dirigir sob efeito de álcool e por direção perigosa.
Fonte ; BLOG DO JK
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