Nos anos 80, Departamento de Matemática/UFC, após ser apresentado como um famoso matemático cearense, Djairo Guedes de Figueiredo [3] fez comentário jocoso de que alguém já definira matemático famoso como sujeito conhecido no mundo todo por poucas pessoas. E a ilógica aparente e a liturgia tão comum no Brasil em tais horas, mesmo para o que, como era no meu caso, ainda na graduação, detiveram-me perguntá-lo se sabia haver algum matemático simplesmente brilhante, porém totalmente desconhecido pela comunidade. 

O fato concreto é que tais perguntas, pois desta derivam várias, estavam vivas e se teriam respostas só o tempo diria. Embora, desvalorização docente no Brasil e condicionantes outras trivialize quase todas. Corroborando isto, a sala do evento era tal quase todo instituto, vazia de qualquer referência histórica, de qualquer história, como se não houvesse passado, sem qualquer memória, porquanto, essa seria construída segundo os interesses do dia-a-dia. 

Entretanto, não é novidade a história ser espólio dos vencedores, seja o que signifique vencer, mas não ser o campo científico, como romanceiam, apenas feito por pessoas altruístas, imaculadas e dispostas a todo sacrifício em nome do amor pela humanidade. Posto que, isso há, mas não é todo. Na realidade, e tudo aqui trato de universidade pública, parafraseando um poeta, a beleza da Vênus de Miro pode ser admirada independentemente do caráter de Miro e o da sua musa inspiradora. Porquanto, esse campo também é minado pela baixeza humana, diria até das mais abjetas em função de outras realidades políticas e socais do contexto brasileiro. 

Por isso, algumas leituras que fiz visaram alguns rabiscos, coisa tendenciosa, incompleta e enganosa, dado que, reviram o que não se queria nem registrar e trazem inconveniências. E inconveniência nisso significa incomodar detentores de poder e, muitíssimo aos bajuladores desses.