Excesso, abuso de autoridade e violência. Essas foram algumas das atrocidades cometidas por alguns policiais militares que trabalharam durante o show da banda Biquíni Cavadão, na noite da última terça-feira (30), na orla da cidade. A ação violenta e desnecessária, usada por parte dos policiais provocou repulsa em quem assistiu às aulas de como não deve se agir um policial. Policiais despreparados e emocionalmente descontrolados foram vistos por diversas vezes agredindo violentamente com socos e pontapés, pessoas que já estavam presas e que não mais ofereciam nenhum tipo de reação. Esse é, infelizmente, o retrato de parte de homens e mulheres que mancham a imagem da tão honrosa Polícia Militar do Pará. Sabemos que são casos isolados, pois dentro desta corporação existem policiais que realmente são bem preparados para o cargo. Há, porém, as exceções. Indivíduos, travestidos de policiais, que agem à margem da lei impõem medo aos cidadãos. 

Um exemplo desse abuso foi registrado na equipe do 1º sargento Leôncio, onde três de seus comandados realizaram uma prisão de forma arbitrária de um cidadão que apenas queria usar um dos banheiros químicos instalados numa pizzaria da orla da cidade. Apesar de o local estar interditado naquele momento, o cidadão insistiu, apelando para o bom senso dos policiais para que o liberasse para usar o banheiro, mas foi interpretado como se tivesse desacatando a ‘autoridade’ da polícia, que em seguida foi insultado e achincalhado pelo próprio sargento Leôncio, que possivelmente tenha dado a ordem para três de seus comandados, que o conduziram de forma grosseira, violenta e abusiva até o posto da PM no local. 

São essas aberrações que a população, quando vê, não pode se calar diante desse autoritarismo praticado por policiais que são preparados e pagos para proteger o cidadão, seja ele de bem ou não, violência gera violência e a polícia tem o dever de ser exemplo. Não podemos nos calar; a polícia tem que ser respeitada, eu até concordo, mas não temida. Esses métodos de tortura, muito usado durante a ditadura militar, há tempo já foi extirpado do nosso meio. Quem quer ser respeitado, primeiro precisar saber respeitar; não é uma farda, um revólver e um cacetete, que vai fazer, pelo menos não seria, um homem mais homem de que o outro. 

Refiro-me agora aos homens que comandam a Polícia Militar e a Polícia Civil em Santarém. Apurem esses atos de abuso de autoridade praticados por seus comandados, não é mais suportável ver esses incompetentes revertidos de policiais, manchando o nome de corporações que têm um papel social muito importante para toda a sociedade. Sinceramente, depois de tudo que vi naquela noite de terça-feira, eu conclamo a população a denunciar mais esses atos arbitrários, cada uma dessas corporações tem uma corregedoria, denuncie, policiais que não cumprem o seu papel social tem que ser severamente punidos, e até expulsos da organização. 

A paz é preciso, mas o exemplo tem que começar de cima para baixo, a polícia não vai conseguir a paz se exerce suas funções com violência, tem que ter estratégias, relações humanas, respeito e, acima de tudo, o amor pela profissão.

Assinado: Evandro Paumgartten

Diretor do jornal Tribuna do Tapajós

Fonte: Blog Quarto Poder