Moradores de Belém têm prejuízos com chuva forte e demorada
A longa e intensa chuva da última terça-feira (5), em Belém, provocou alagamentos em diversos pontos da capital paraense. Nesta quarta-feira (6), em vários bairros, moradores ainda retiravam a água de dentro de casa.
A aposentada Ironilce Gonçalves não conseguiu sair de casa hoje pela manhã. Ela mora em frente ao canal da rua dos Timbiras, no bairro do Jurunas, que ainda estava cheio. A aposentada cuida sozinha do filho com deficiência.
“Só dele não poder se locomover, ficou difícil para ele sair da cama. Não deu [para usar a cadeira de rodas”, disse
Muita gente aproveitou a manhã para limpar as casas invadidas pela água./ moradores tiveram que usar baldes. “Muito transtorno, muita água”, reclamou a estudante Mauriceia de Paula.
Os prejuízos foram muitos. “Quando a água está entrando a gente já está pensando nos nossos bens materiais que a gente consegue com muito sacrifício. Comprei meu guarda-roupa por R$ 1 mil, ainda nem terminei de pagar e ele não presta mais. O meu fogão ‘foi no fundo’”, relatou uma moradora.
Na passagem Trindade próximo ao canal da Timbó e da travessa Mariz e Barros, no bairro do Marco, a rua continua toda alagada. Os moradores colocaram entulho no local para a água não invadir as casas. Mesmo assim ainda há transtorno para moradores
O motorista André Martins não conseguiu sair de casa. “Estou tentando viajar, mas a água está cheia desde ontem, quatro horas da tarde”, disse.
Para não se molhar, moradores se equilibravam na mureta do canal da José Leal Martins, no bairro do Marco. O trecho ainda estava alagado. O Libcop também registrou no início da manhã a situação nos canais da travessa Quintino Bocaiúva, avenida Generalíssimo Deodoro e travessa Marquês de Herval. (veja vídeo ao lado)
Vários pontos de alagamento foram registrados após a a chuva de ontem, que durou cerca de cinco horas: no bairro da Cremação, pedestres ficaram ilhados e alguns até enfrentaram a água; na Campina, o trânsito ficou complicado. Muitos motoristas preferiram arriscar. No centro da cidade houve muito congestionamento.
Vídeos feitos com celular também mostram que na rua 3 de maio, entre Diogo Moia e Oliveira Belo, moradores pedem para os carros diminuírem a velocidade para não jogar água para dentro das casas. Na travessa Padre Eutíquio, no bairro do Condor, moradores filmaram a rua alagada e os carros submersos. Carros, caminhões e até ciclistas eram obrigados a passar pelo meio da água.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, nos últimos dois dias, choveu mais de 50% do volume total de água previsto para todo o mês de novembro. E a previsão ainda é de chuvas acima da média até a próxima quinta-feira (7).
“Com a situação que está aí, que as autoridades tomem uma providência porque a gente não pode viver do jeito que está”, disse o pintor Ildo Fernandes.
A secretaria de Saneamento de Belém (Sesan) informou que trabalha na recuperação e manutenção das comportas dos canais da cidade e que faz estudos para garantir um melhor funcionamento do sistema. A Sesan disse ainda que já foram desobstruídos mil quilômetros de rede de drenagem de água da chuva e que faz a limpeza permanente da cidade.
Esta moradora teve danos no guarda-roupa e no fogão.
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