Perigo ronda na rodovia Santarém-Cuiabá
Dezenas de cães são observados diariamente por quem trafega no trecho da rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), entre a comunidade de Tabocal e o bairro do Caranazal. Por conta do aumento no fluxo de carretas que transportam grãos do Mato Grosso para o Porto de Santarém, a preocupação dos motoristas é de que os cães, que perambulam livremente pela BR-163, provoquem acidentes graves.
O problema gera preocupação também em membros de Organizações Não Governamentais (ONGs). Entre as principais causas de abandono de animais nas rodovias e ruas de Santarém, segundo a Associação Anjos dos Animais, estão doenças, falta de condições para manter os bichos, maus-tratos e idade avançada. Atitude, que de acordo com a Associação, tem desencadeado grave problema social.
O professor Elielson Rezende, voluntário da Associação Anjos dos Animais, afirma que o número de animais jogados nas ruas e rodovias de Santarém é grande. São gatos e cachorros, boa parte em estado deplorável. Muitos já tiveram um lar e um dono, mas hoje perambulam pelas ruas da cidade. Sem cuidados e doentes esses bichos além de facilitar a transmissão de doenças também são mais vulneráveis a se envolverem em acidentes no trânsito, já que quase sempre acabam surpreendidos ao atravessar alguma avenida.
Nos finais de semana, o grupo formado por 13 pessoas percorre vários bairros da cidade para avaliar a situação desses animais. Nunca voltam sozinhos. Em todas as visitas algum cão ou gato é salvo das ruas ou ainda de ambientes onde estejam sendo maltratados, uma vez que mesmo com um lar vários bichos vivem em situações críticas.
Resgatados, os animais são conduzidos para o Centro de Controle de Zoonoses, onde passam por uma avaliação. Infelizmente, segundo o professor Elielson, cerca de 80% destes apresentam sintomas do Calazar, principalmente aqueles encontrados em logradouros públicos.
Os cachorros em boa condição são colocados para a adoção. Apesar das dificuldades a Associação, que existe há dois anos em Santarém, tem conseguido adotantes, através de eventos como o que aconteceu no final do ano passado no Paraíso Shopping Center, quando mais de 20 animais ganharam novos donos ou ainda a partir de campanhas promovidas em redes sociais.
O trabalho de conscientização também desenvolvido é focado em derrubar o preconceito existente contra os vira-latas que representam um terço dos cachorros recuperados.
“As pessoas ligam pra gente perguntando se tem algum pitbull, pinsher, labrador ou chow-chow, mas a maioria dos animais que resgatamos são vira-latas. Há um certo preconceito. Elas precisam compreender que o vira-lata é um cão como outro qualquer. É até mais resistente que esses cachorros de raça. Precisam lembrar que tanto o cachorro como o gato possuem suas qualidades ”. diz Elielson.
Fonte: RG 15/O Impacto
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