Rainha do carnaval ensina frevo e mostra como usar a sombrinha
A sombrinha de frevo que passa de mão em mão entre os foliões pernambucanos é fabricada bem longe do estado. De acordo com o Sindicato das Indústrias do Vestuário (Sindvest-PE), não há registro de fábricas do objeto na região e todos os itens vendidos no comércio do Recife vêm da China. Se um dos símbolos do carnaval pernambucano vem de fora, a música e os passos que o acompanham não são facilmente reproduzidos -- por isso, o G1 convidou a recém-eleita rainha do carnaval do Recife, Simone Silva, para explicar a origem nos clubes de frevo e a importância da sombrinha na execução das coreografias (confira o vídeo acima). Ela ainda mostrou os passos "tesoura", "tesoura passando" e "jogadas".
Simone tem 26 anos é passista de frevo, bailarina popular e professora de dança. Já ganhou o mesmo título em 2009 e, incentivada por amigos, decidiu competir novamente. "A emoção é muito grande, não esperava. Agora, tem que gostar muito porque, desde que fui coroada, não paro, é evento atrás de evento", contou. Esse ano, a jovem vai viajar para a Ásia, onde irá apresentar o ritmo e, quem sabe, conquistar os chineses com o ritmo.
Rota comercial
A sombrinha chega no estado, pelo Porto de Suape, como artigo de festa e, no carnaval, a demanda aumenta. Só em janeiro deste ano, a Receita Federal registrou gasto de 92 mil dólares com importação de produtos nessa categoria, que abrange também máscaras, perucas e outros.
A Luna Importação é uma das que mais importam sombrinhas de frevo em Pernambuco. No final do ano passado, a empresa comprou 40 mil unidades da China. O modelo é aquele mais tradicional, pequeno, com as cores do ritmo: vermelho, amarelo, verde e azul. O principal distribuidor é o Atacadão dos Presentes, que tem lojas em várias regiões da capital, e vende cada uma por R$ 5,59.
A presidente do Sindvest-PE, Magna Coeli, pondera que pode haver fábricas informais de sombrinhas no estado. "Outro ponto é que há muitos camaleões no setor, empresas que aproveitam para produzir artigos de época. Uma fábrica de peças de automóvel, por exemplo, pode estar produzindo sombrinhas agora e, assim, fica difícil tomar conhecimento", disse.
Coeli lembra que a empresa Leite Bastos, cuja marca era Casas Tebas, foi uma das últimas a fabricar sombrinhas de frevo em larga escala, funcionando em um prédio na Avenida Nossa Senhora do Carmo, no bairro de Santo Antônio, no centro do Recife. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) informou que as Casas Tebas não estão mais associada à entidade.
G1.COM
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