RAPAZES DA PERIFERIA E A HIDRELÉTRICA DE DILMA
- Pelo telefone me informam um pouco sobre o que está acontecendo com trabalhadores que constroem Belo Monte.
Um jovem operador de máquinas pesadas informou à irmã como conseguiu fugir do alojamento. Perdeu tudo o que tinha, inclusive o celular que usava para se comunicar com a família. Neste momento, diz a irmã, ele está andando na estrada com quat
ro amigos tentando chegar em Altamira.
Ele foi recrutado juntamente com outros 14 rapazes no bairro do 40 Horas, município de Ananindeua, região metropolitana de Belém, com promessas de bons salários. Eram amigos de jogar bola nos finais de semana. Três são irmãos. No dia 17 completariam um mês em Belo Monte. Alimentavam o sonho de comprar uma motocicleta no final do ano.
Mas no canteiro de obras souberam que não poderiam mais passar o Natal com as famílias, diferentemente do que prometeu o recrutador de mão de obra.
O pai de um dos rapazes, este, de 20 anos de idade, diz que vai procurar a empresa amanhã para trazer o filho de volta. Pelo viva voz ouço uma mãe chorando, afirmando que não vai dormir nesta noite.
A mídia comercial exibe imagens de destruição e fala em "vandalismo" no principal canteiro de obras de Belo Monte, mas tem dificuldades em informar os porquês.
Assim se constrói uma hidrelétrica num rio que corre do sul para norte, tudo para impulsionar o desenvolvimento dos de fora. Enquanto isso, as mães querem seus "vândalos" de volta. Estamos na era Dilma.
Fonte (Seu Pedro - seupedro2@yahoo.com.br )
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