Agente da PF é morto a tiros
Um agente da Polícia Federal que trabalhou nas investigações da operação Monte Carlo foi assassinado ontem à tarde no cemitério Campo de Esperança, em Brasília. Wilton Tapajós Macedo, o "agente Tapajós", levou dois tiros na cabeça e morreu na hora. A Polícia Federal e a Polícia Civil de Brasília investigam o crime. A operação Monte Carlo revelou as atividades do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde 29 de fevereiro.
Uma das linhas de investigação considera que Tapajós tenha marcado encontro com um informante dentro do cemitério. Os assassinos fugiram no carro de Wilton, um Volkswagen Gol. Um coveiro presenciou o crime e avisou a polícia. Até o início da noite, peritos da PF estavam no local. Wilton foi encontrado próximo ao túmulo de seus pais. Os policiais que investigam o caso não sabem ainda se ele estava visitando o túmulo ou se foi morto em uma emboscada, ao ter marcado o encontro nesse local.
O inquérito é de responsabilidade da Polícia Civil, mas a PF vai participar de todas as investigações, inclusive com pessoal e equipamentos de inteligência. Embora a principal linha de investigação seja queima de arquivo, em razão do perfil de Tapajós, por ora nenhuma hipótese está descartada, segundo informou o presidente do Sindicato dos Policiais Federais (Sindipol), Jones Borges Leal. "Seria irresponsável bancar desde já uma hipótese de autoria", afirmou o sindicalista.
Ele não descarta que possa se tratar também de latrocínio, vingança ou outra causa. Com 54 anos de idade e 24 de atuação na PF, Tapajós tinha perfil de policial de ponta. Atuou nas áreas de repressão a entorpecentes, de combate crimes financeiros e de proteção a testemunhas. Ele atuou também na CPI da pedofilia e em grandes operações contra tráfico de drogas. Ele deixa mulher e três filhos. "Perdemos um grande colega e policial exemplar", lamentou o sindicalista.
Nos últimos anos, Macedo estava vinculado à Diretoria de Inteligência e há indicações de que tenha participado das investigações da Operação Monte Carlo, embora a PF não confirme oficialmente.
O desmantelamento da organização criminosa de Cachoeira levou à prisão e indiciamento de dois delegados da PF em Goiás e um agente da mesma área de inteligência de Tapajós, em Brasília.
O policial militou também na diretoria do Sindipol.
(Agência Estado)
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