Escrivão da Polícia Civil em Santarém, Hitamar Santos comenta o barulhento post Assassinato no Mirante: ao http://www.jesocarneiro.com.br
Jeso,
Sem entrar no mérito pela emoção, mas sim, pela razão e pela legalidade, emito o seguinte comentário.
Para analisarmos qualquer caso ou situação, temos que observar pelos dois lados, com prós e contras. O rapaz que foi morto na Praça do Mirante, estava armado com um revólver calibre 38, municiado e numeração de série raspada. Ele não usava nenhum tipo de identificação que pudessem presumir ser ele um vigia ou vigilante do local. Ele não tinha permissão para portar arma de fogo.
Ele não tinha atribuições de abordar quem quer que seja e/ou fazer revista pessoal ou exigir documento de ninguém. Ele estava fazendo uma abordagem com arma em punho à adolescentes no local, como se fosse um policial.
O Policial Rodoviário Federal estava armado. Ele tem porte de arma de fogo. Ele foi treinado para portar arma de fogo e usá-la em sua defesa ou de terceiros. Ele tem o dever de agir contra o crime ou quem esteja cometendo (ao contrário do povo, que pode agir).
O PRF, como todo policial, deve portar arma de fogo, porque ele tem o DEVER de agir a qualquer hora ou em qualquer lugar contra alguém que esteja praticando um crime.
Em tese, o então vigia (sem qualquer identificação) da Praça do Mirante estava portando ilegalmente uma arma de fogo, porque não tinha porte, e a arma de fogo também era ilegal porque não tinha registro e nem poderia ter, visto que sua numeração de série, que identifica a arma, estava raspada, situações criminosas previstas na lei 10.826/03.
Quando o PRF avistou aquela situação de abordagem com arma de fogo em punho contra alguns adolescentes, sem que a pessoa que estava abordando tivesse qualquer identificação, logo presumiu ser uma situação ilegal e criminosa, o que poderia ser um assalto, e ele, como policial, ficou em alerta, pois se aquela situação de assalto se estendesse até sua pessoa e o meliante descobrisse que a vítima era policial, este seria morto na hora (isso todos sabem e é realidade).
Então, quando o suspeito teria colocado a arma na cintura e continuava abordagem nos adolescentes, rapidamente o PRF teria sacado sua arma e se posicionado na posição 3º olho e teria anunciado que era polícia, quando teria havido a reação do suspeito, inclusive teria pegado um dos adolescentes e colocado à sua frente como escudo humano, e quando teria tentado sacar sua arma da cintura, foi alvejado duas vezes pelo PRF.
Na situação acima descrita, eu, na qualidade de policial, teria agido da mesma forma. Ou se eu desse chance para o suspeito sacar sua arma e atirar primeiro, eu teria condições de reagir? Já alvejado e morto?
Finalizando, que me perdoe os familiares, pois meu comentário é realista e sem demagogia, quem usa arma de fogo ilegal é criminoso, e a polícia tem o DEVER de combatê-lo, e de agir em sua defesa ou de terceiros.
Agora, se alguma das pessoas não gostam ou antipatizam a polícia, paciência e que me perdoem, devem ter seus motivos, talvez não tiveram a oportunidade ou competência de ingressar ao quadro policial, pois todo policial é preparado para portar arma de fogo e para exercer a profissão legalmente.
E se fosse ao contrário? No caso se o vigia tivesse atirado primeiro no PRF e este viesse a morrer com sua arma na mão? Isso sim, seria um despreparo total do policial, pois ele não foi treinado para deixar o agressor atirar primeiro e morrer com a arma na mão. Acho que fui bem claro.
Fonte (http://www.jesocarneiro.com.br)
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