MPF dá cinco dias para prefeitura de Belém pagar salários atrasados de médicos
Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão também abriu investigação para verificar regularidade dos repasses para o Hospital Metropolitano
18/10/2012 às 18h40
O Ministério Público Federal (MPF) estabeleceu prazo de cinco dias para que a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma)regularize os pagamentos e condições de trabalho dos médicos traumatologistas, ortopedistas, neurologistas, cardiologistas e anestesiologistas. Por causa da falta de pagamento, os neurologistas estão em greve e as demais categorias informaram ao MPF que também devem paralisar as atividades.
Assinada pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Alan Rogério Mansur Silva, a recomendação foi encaminhada à titular da Sesma, Sylvia Christina de Oliveira Santos. O prazo estabelecido pelo MPF começa a valer assim que o documento for oficialmente recebido pela secretaria.
Se a Sesma não cumprir a recomendação ou não apresentar resposta, o MPF pode entrar na Justiça com ação por improbidade administrativa. A omissão da prefeitura “causa danos imediatos de morte a população de Belém e de municípios próximos que utilizam, através da pactuação, o Sistema Único de Saúde (SUS) em Belém”, registra a recomendação.
Relatórios encaminhados ao MPF pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS este ano registram como precárias as condições de acolhimento e assistência nos pronto socorros do Guamá e da 14 de Março.
O atraso no pagamento aos médicos piora a situação: segundo comunicados recebidos pelo MPF, os neurologistas suspenderam as atividades desde o último dia 11, os ortopedistas e traumatologistas vão parar nesta sexta-feira, 19 de outubro, e os anestesiologistas também entrarão em greve, a partir do dia 31.
Mansur Silva ressaltou na recomendação que a falta de atendimentos nos pronto socorros de Belém está causando a superlotação do Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua.
Metropolitano – Ainda sobre as condições de atendimento no Metropolitano, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão abriu investigação para analisar o caso. Em inspeção realizada no último dia 15, o MPF identificou diversas irregularidades no funcionamento e na infraestrutura do hospital.
Além de superlotação, o Metropolitano está com deficiência de equipamentos: como não tem macas suficientes para atender todos os pacientes, o hospital tem que tomar emprestadas as macas das ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o que inviabiliza que as ambulâncias façam novos atendimentos enquanto suas macas estão em uso pelo Metropolitano.
Segundo informações recebidas pelo MPF, a Secretaria de Estado da Saúde (Sespa) não está fazendo com regularidade o repasse de verbas à organização social responsável pela gestão do Metropolitano, o Instituto de Saúde Santa Maria.
Mansur Silva encaminhou ao titular da Sespa, Hélio Franco, ofício em que pede informações sobre a situação, o prazo e o cumprimento do contrato entre a secretaria e a organização gestora do hospital. O MPF destaca que é necessário o detalhamento dos repasses feitos de 2010 até outubro de 2012.
Fonte (http://www.prpa.mpf.gov.br)
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