Polícia usa spray de pimenta em professores durante protesto no PA
A Polícia Militar utilizou spray de pimenta para dispersar os professores que protestam na frente da Secretaria de Educação (Seduc) nesta quinta-feira (24) em Belém. Segundo os professores, a ação aconteceu quando eles tentavam passar água e alimentos para manifestantes que ocupam o prédio da Seduc desde a última quarta-feira. A Polícia Militar confirmou a utilização do gás, e disse que está tomando medidas necessárias para evitar invasão e danos ao patrimônio.
Os professores da rede pública estadual do Pará estão em greve há 31 dias. Eles reivindicam planos de cargos e salários, o pagamento de retroativos desde 2011 e melhores condições de trabalho. Um grupo chegou a fechar a avenida Augusto Montenegro durante o protesto, mas a via já foi liberada.
Durante a ação da polícia, uma professora chegou a passar mal e teve de ser atendida pelo Samu. "Nós passamos um saco de pão para os colegas que estão lá dentro, desde ontem sem comer. Quando eu passei o pão, a polícia veio em cima pegar o pão. Quando eu segurei a sacola, o policial espirrou o spray de pimenta no meu rosto", conta a vítima.
Os manifestantes ficaram revoltados após a ação dos policiais. "Nós estamos lutando em favor dos filhos de vocês também. Nós não somos bandidos", disse um professor para os policiais, na frente do portão da Seduc, onde o batalhão de choque fez uma barreira para impedir a entrada de novas pessoas no prédio.
Com a proibição da entrada de comida, os manifestantes que ocupavam o prédio se deitaram no chão, formando a palavra "Fome". O Secretario Especial de Promoção Social, Alex Fiúza de Melo disse que a situação precisa ser investigada. "É preciso apurar o que está havendo. Quando soubemos do fato [o impedimento do fornecimento de água e alimentos aos professores], entramos em contato com a Seduc para liberar a entrada de alimentos. Esta situação está sendo usada para vitimizar o fato. A ideia não é impedir a entrada de água e alimentos, e sim, a entrada de pessoas para evitar tumulto", declarou Fiúza
Para o vereador Fernando Carneiro, não existe justificativa para a repressão aos professores grevistas. "O movimento é legítimo. O governo entrou na justiça para decretar a abusividade da greve, mas o Supremo já determinou que a greve é legal", disse. O Ministério Público informou que vai apurar as denúncias de agressão contra jornalistas e manifestantes.
G1/PA
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