Com nova metodologia para reajuste de preços, Petrobrás dispara na Bovespa
O diesel e a gasolina são o foco principal da nova metodologia de reajuste da Petrobrás, mas todos os combustíveis vão entrar na conta feita pela empresa. A mudança do método de cálculo foi anunciada na sexta-feira, quando a Petrobrás reportou queda de 39% no lucro, que somou R$ 3,4 bilhões no terceiro trimestre.O diretor Financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, afirmou nesta segunda-feira, 28, que a metodologia aprovada pela diretoria da Petrobrás pode levar tanto a aumento quanto a reduções de preço. Segundo ele, a metodologia dá espaço para trabalhar com periodicidades e porcentuais diferentes.
Na Bovespa, os investidores reagem às notícias nesta segunda-feira. As ações da Petrobrás estão entre as maiores altas do Ibovespa hoje, com ganho de 8,61% na ON, a R$ 18,79 e de 6,33% na PN, a R$ 19,66, após renovarem as cotações máximas na casa dos R$ 18,96 e R$ 19,84, respectivamente. No mesmo horário (13h), o Ibovespa subia 0,58%, aos 54.469 pontos e movimentava R$ 2,9 bilhões.
Preços. Atualmente apenas o querosene de aviação (QAV) e a nafta têm paridade com preços internacionais. Barbassa afirmou que a premissa de paridade já existia no planejamento estratégico da Petrobrás. "O que teremos adicionalmente será a previsibilidade de como chegar lá", concluiu.
"Quando se fala de previsibilidade e redução da alavancagem tudo será colocado na conta, de forma que vamos olhar o essencial e ver o mercado caso a caso para definir os ajustamentos. Essas são variáveis passíveis de adequação nos estudos. O importante é o conjunto total", disse o diretor Financeiro da Petrobrás a analistas.
Aprovação. Barbassa não quis fazer previsões sobre a reunião do dia 22 de novembro, quando o assunto será debatido no conselho de administração, caso a proposta da diretoria não seja aprovada. Ele também preferiu não comentar quando seria a implementação da metodologia, mas deixou aberta a possibilidade de se tratar do assunto em reunião extraordinária antes do dia 22, o que possibilitaria aplicação mais imediata.
Endividamento. A nova metodologia, segundo Barbassa, virá como consequência do aumento da alavancagem (endividamento em relação ao patrimônio líquido) da Petrobrás, que chegou a 36% no terceiro trimestre, extrapolando o nível de 35% considerado aceitável.
"Já ultrapassamos os níveis que nos colocamos e também compatíveis com nosso plano de negócios", disse Barbassa.
Barbassa lembrou que o aumento do endividamento ocorreu em função da menor geração operacional e do crescimento dos investimentos da estatal, além do pagamento de dividendos e de juros.
Dúvidas. Os analistas que participam hoje da teleconferência com a diretoria da Petrobrás centraram seus questionamentos na proposta de criação de uma nova metodologia de reajuste. As principais dúvidas giraram em torno de porcentuais e periodicidade das correções frente aos preços internacionais e também da necessidade de aprovação do conselho de administração.
msn
Nenhum comentário: