Síria envia à ONU pedido para aderir a convenção antiarmas químicas
A ONU recebeu documentos do governo da Síria a respeito da entrada do país na convenção antiarmas químicas, disse um porta-voz nesta quinta-feira (12). A adesão é uma das condições propostas por um plano russo para evitar um ataque militar dos EUA à Síria.
"Nas últimas horas, recebemos um documento do governo da Síria, que está sendo traduzido, e que se trata de uma documento de pedido de acesso à Convenção de Armas Químicas", disse o porta-voz Farhan Haq a jornalistas.
O embaixador sírio na ONU, Bashar Ja'afari, confirmou a entrega dos documentos.
Pouco antes, em entrevista à TV russa, o presidente sírio Bashar al-Assad havia manifestado a intenção de aderir à convenção e entregar documentos sobre as armas químicas.
Mas ele condicionou essa adesão a que os EUA parassem de ameaçar o país militarmente, o que os americanos não fizeram.
O governo Assad não vai se incorporar imediatamente à convenção de 1993, que proíbe a produção e o armazenamento destas armas, disse Farhan Haq.
Segundo especialistas da ONU, a adesão ocorre no momento em que um país aceita os termos do tratado e, normalmente, tem o mesmo efeito que uma ratificação do mesmo.
Haq disse que esta será apenas aa primeira etapa para o país árabe se tornar membro pleno da convenção e que serão necessários "alguns dias" para que a Síria se integre formalmente.
Discussão diplomática
A proposta da Rússia está sendo discutida diplomaticamente com os EUA, que aceitaram adiar um possível ataque militar às forças sírias por conta da negociação.
Os EUA acusam o regime sírio de ter realizado um ataque químico que matou pelo menos 1.429 civis, nos subúrbios de Damasco, em 21 de agosto, em meio à guerra civil que assola o país.
O presidente americano, Barack Obama, anunciou que iria atacar as forças sírias em represália ao ataque químico. Mas ele resolveu dar tempo à diplomacia para analisar a proposta russa, apesar de a encarar com "ceticismo".
O regime sírio nega responsabilidade pelo ataque químico e diz que é vítima de terroristas ligados à rede da Al-Qaeda, que tentam "desestabilizar" o país.
A guerra civil síria criou uma crise humanitária e de refugiados e ameaça a estabilidade política da região, além de ter revivido o fantasma da Guerra Fria, colocando Rússia e EUA em campos opostos.
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